Trump é ovacionado ao discursar no parlamento de Israel; parlamentares de esquerda fazem protesto e são retirados
Trump é ovacionado em Israel; parlamentares de esquerda protestam e são retirados O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi ovacionado pelo menos 20 ...

Trump é ovacionado em Israel; parlamentares de esquerda protestam e são retirados O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi ovacionado pelo menos 20 vezes durante o discurso que fez no Knesset, em Israel, nesta segunda-feira (13), mas também foi alvo de protesto de parlamentares israelenses de esquerda. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Trump diz no Parlamento de Israel que era 'de mortes e terror' acabou no Oriente Médio Pouco depois que o americano começou a exaltar o sucesso do retorno dos 20 últimos reféns israelenses vivos que estavam mantidos em cativeiro em Gaza pelo grupo terrorista Hamas, em um ato isolado, dois homens levantaram placas e o vaiaram, e foram rapidamente retirados do plenário por seguranças. Após ouvir um pedido de desculpas do presidente do Parlamento israelense, ele elogiou: "Vocês foram muito eficientes". Parlamentar israelense Ayman Odeh sendo retirado do Parlamento Chip Somodevilla/Pool via REUTERS Trump tem discurso interrompido por protesto e parlamentares israelenses são retirados Um dos parlamentares israelenses retirados é Ayman Odeh, que levantou um papel com a frase "Reconheça a Palestina" para Trump antes de ser levado embora. Canadá, Austrália e Reino Unido foram os países que recentemente oficializaram o reconhecimento de um Estado palestino soberano, se juntando a mais de 140 países que já haviam oficializado medida, em setembro. Os Estados Unidos não fazem parte desse grupo. O outro parlamentar é Ofer Cassif, que vaiou o americano. Os dois são membros da esquerda israelense, oposição ao governo de Benjamin Netanyahu. Parlamentar levanta cartaz para Trump pedindo reconhecimento do Estado da Palestina REUTERS/Evelyn Hockstein/Pool Ofer Cassif tentando resistir aos seguranças Chip Somodevilla/Pool via REUTERS O discurso de Trump Trump iniciou seu discurso falando sobre a volta dos reféns para casa e afirmou que era "um dia histórico, o fim de uma era de mortes e terror". "Este é um dia histórico para o Oriente Médio e um triunfo incrível para Israel e para o mundo. Os Estados Unidos se unem a vocês nesses dois votos eternos — nunca esquecer e nunca mais repetir. (...) Contra todas as probabilidades, fizemos o impossível e trouxemos nossos reféns de volta para casa", afirmou Trump. Os EUA são os maiores aliados de Israel. O presidente americano e o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, foram ovacionados pelos presentes. Netanyahu, no entanto, ouviu algumas vaias entre os aplausos. Outros membros dos governos americano e israelense também receberam homenagens no início da cerimônia. Hamas liberta todos os 20 reféns israelenses O republicano chegou a Israel enquanto a entrega dos reféns ocorria com intermédio da Cruz Vermelha. Neste momento, todos os 20 homens foram libertados. Israel também já libertou os 2 mil prisioneiros palestinos que estavam detidos. Sete reféns foram libertados por volta das 2h desta segunda-feira. Os outros 13 foram entregues duas horas depois. Eles foram encaminhados para uma base, onde reencontraram familiares e receberam atendimento médico. Os reféns libertados nesta segunda-feira foram entregues à Cruz Vermelha e, depois, às Forças de Defesa de Israel, para deixarem a Faixa de Gaza. Eles devem passar por exames médicos em território israelense. Reféns que serão libertados pelo Hamas Divulgação O Hamas sequestrou 251 pessoas durante os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023. Segundo Israel, o grupo ainda mantinha 48 vítimas na Faixa de Gaza, das quais 28 estão mortas. Os demais sequestrados foram libertados em outros dois acordos de cessar-fogo ou resgatados por militares israelenses. Na quarta-feira (8), Israel e o Hamas anunciaram um plano de paz para interromper a guerra na Faixa de Gaza. Pelo acordo, o grupo se comprometeu a libertar todos os reféns vivos e a devolver os restos mortais das vítimas que morreram. LEIA TAMBÉM Quem são os 20 reféns que foram libertados pelo Hamas VÍDEO: Mãe conversa por telefone com filho que estava sendo mantido refém pelo Hamas antes de reencontro FOTOS: Israel divulga as primeiras imagens de reféns libertados pelo Hamas O acordo O plano de paz entre Israel e Hamas foi apresentado no fim de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e negociado com a mediação de Egito, Catar e Turquia. Veja alguns pontos a seguir. 🟢 Reféns: Segundo Israel, o Hamas mantinha 48 dos 251 sequestrados no ataque terrorista em 2023. As demais vítimas foram libertas durante a vigência de outros dois acordos de cessar-fogo ou por meio de operações militares israelenses. A proposta apresentada pelos Estados Unidos determina que o Hamas tem até 72 horas para libertar todos os reféns, vivos ou mortos, após o início do cessar-fogo. Em troca, a expectativa é que Israel liberte quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo condenados à prisão perpétua. Israel estima que, dos 48 reféns, apenas 20 estejam vivos. 💥 Ataques em Gaza: O plano prevê o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza e o recuo das tropas israelenses O plano divulgado pela Casa Branca no fim de setembro prevê uma retirada gradual das tropas do território palestino. Logo após o anúncio do cessar-fogo, as forças israelenses recuaram para uma linha acordada com o Hamas. Com isso, Israel diminuiu a área de ocupação em Gaza de 75% para 53%. O chefe do Estado-Maior de Israel instruiu as tropas a se prepararem para todos os cenários e para a operação de retorno dos reféns. Infográfico mostra recuo das tropas de Israel em Gaza. Arte/g1 🔎 O que falta esclarecer: Apesar do início do cessar-fogo, vários detalhes do plano de paz ainda não foram divulgados. Segundo o presidente Trump, outras fases do acordo estão em negociação. Ainda não se sabe como serão as próximas etapas. Também não está claro como será a transição de governo na Faixa de Gaza, proposta pela Casa Branca. Além disso, não há confirmação de que o Hamas tenha se comprometido a entregar suas armas. O grupo terrorista tem indicado que não concorda com a ideia. O Hamas disse também que não vai acertar uma tutela estrangeira na governança de Gaza, algo previsto no plano dos Estados Unidos. Uma cerimônia para oficializar a assinatura do acordo será feita nesta segunda-feira, no Egito. Trump e outras 20 lideranças internacionais devem participar do evento. Reféns mortos Familiares de reféns sequestrados pelo Hamas protestam em Tel Aviv Shir Torem/Reuters Entre as várias condições impostas no acordo de paz na Faixa de Gaza alcançado por Israel e o Hamas na quarta-feira, está a devolução, pelo grupo terrorista, dos corpos de reféns mortos em cativeiro. No entanto, este pode ser um dos principais gargalos para que o acordo avance para as próximas etapas. Isso porque, segundo a imprensa norte-americana e israelense, o Hamas não sabe onde estão alguns corpos. Nesta quinta-feira, a Turquia anunciou que uma força-tarefa com autoridades estrangeiras foi montada para ajudar o Hamas a encontrar esses corpos por diferentes localidades da Faixa de Gaza. O número de corpos desaparecidos ainda era desconhecido até a última atualização desta reportagem. No total, sabe-se que 28 dos 48 reféns ainda sob poder do Hamas morreram. A imprensa israelense diz que até oito corpos estão desaparecidos. Oficialmente, o grupo terrorista ainda não se pronunciou sobre esse assunto. VÍDEOS: em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1