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      Em meio a crise, eleições legislativas são antecipadas na Alemanha para 23 de fevereiro

      Crise se instaurou após primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, ter demitido na semana passada o ministro das Finanças após desacordo com política de auster...

      Em meio a crise, eleições legislativas são antecipadas na Alemanha para 23 de fevereiro
      Em meio a crise, eleições legislativas são antecipadas na Alemanha para 23 de fevereiro (Foto: Reprodução)

      Crise se instaurou após primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, ter demitido na semana passada o ministro das Finanças após desacordo com política de austeridade. O chanceler alemão, Olaf Scholz, no Parlamento alemão, em 7 de novembro de 2024. Liesa Johannssen/ Reuters Em meio a uma crise política que colapsou o atual governo, a Alemanha terá eleições legislativas antecipadas, disse à agência de notícias AFP fontes do partido do governo. O pleito, segundo a fonte, acontecerá em 23 de fevereiro de 2025, data que foi decidida em um acordo com o principal partido de oposição, os conservadores da CDU/CSU, acrescentou a fonte. Originalmente, o país europeu só teria eleições em setembro do ano que vem. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo outra fonte próxima às discussões, o chanceler alemão, Olaf Scholz, será submetido a um voto de confiança no Bundestag, a Câmara Baixa do Parlamento, em 16 de dezembro — caso seja reprovado, Scholz é destituído do cargo. A Alemanha enfrenta uma crise política sem precedente desde a ruptura, na quarta-feira da semana passada, do governo de coalizão formado pelos social-democratas de Scholz, os Verdes e os liberais do partido FDP, que comandava o país desde o final de 2021. A implosão do governo de três partidos aconteceu depois que Scholz demitiu o ministro das Finanças, o liberal Christian Lindner, o que provocou a saída de quase todos os ministros do direitista FDP, um dos três pilares que sustentavam o governo. Crise política Um misto de crise econômica e política está paralisando a Alemanha A Alemanha embarcou na semana passada em uma grave crise política na semana passada, quando Scholz, no poder desde 2021 demitiu seu ministro das Finanças, que é liberal, após discordâncias sobre a política econômica. O governo de Olaf Scholz é composto por uma coalizão entre social-democratas, ecologistas e liberais. Após a demissão, os outros ministros liberais do governo anunciaram renúncia, deixando o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento Federal, o Bundestag. "Precisamos de um governo capaz de agir e que tenha força para tomar as decisões necessárias para o nosso país", argumentou Scholz em discurso após demitir seu ministro das Finanças, defensor de uma rigorosa austeridade orçamentária. O presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, já havia dito que poderia convocar eleições antecipadas — na Alemanha, que tem regime parlamentar, o chanceler é o chefe de governo, e o presidente tem funções protocolares. A ruptura ocorre no pior momento para a maior economia europeia, que enfrenta uma grave crise industrial e está preocupada com as repercussões do retorno de Donald Trump à Casa Branca no comércio e na segurança da Europa. A economia da Alemanha deve encolher este ano. Votação crucial em janeiro Enfraquecido, o líder social-democrata anunciou que em 15 de janeiro pedirá aos deputados que se pronunciem sobre a necessidade de convocar eleições antecipadas. A crise é o desfecho de meses de disputas entre os três partidos do governo sobre a política econômica a seguir, intensificadas durante a preparação do Orçamento de 2025, que deve ser finalizado em novembro. O rompimento entre Scholz e Christian Lindner, o agora ex-ministro das Finanças, ficou ainda mais evidente na quarta-feira. O chefe do governo acusou seu ministro de "trair frequentemente sua confiança" e criticou um comportamento "egoísta". O agora ex-ministro, defensor da austeridade orçamentária, respondeu imediatamente e acusou Scholz de ter arrastado o país "para uma fase de incerteza" com essa "ruptura calculada da coalizão". "Não é um bom dia para a Alemanha, nem para a Europa", lamentou a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, outra figura do partido ecologista. A crise explodiu na véspera de uma cúpula da União Europeia em Budapeste, capital da Hungria, onde o líder alemão deverá tranquilizar os parceiros e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, já que Berlim é o segundo maior apoiador militar de Kiev. Se os deputados do Bundestag quiserem que as eleições legislativas ocorram antes da data prevista, em setembro de 2025, elas poderiam ser organizadas "no máximo até o final de março", indicou Scholz. Para o ministro da Economia e Clima, o ecologista Robert Habeck, não há dúvidas: seu partido defenderá a necessidade de "eleições antecipadas". Rupturas em coalizões de governo não são comuns na Alemanha. A sombra de Trump Entenda como Donald Trump deu volta por cima e venceu eleição nos EUA Olaf Scholz esperava que a eleição de Trump, com sua política protecionista e suas frequentes confrontações diplomáticas, levasse a coalizão a se unir. Mas ocorreu o contrário: os liberais alemães consideraram que as eleições presidenciais nos Estados Unidos tornam ainda mais urgente uma mudança de rumo econômico na Alemanha. As pesquisas indicam que, em caso de eleições, a oposição conservadora venceria com mais de 30% dos votos, e que seu líder, Friedrich Merz, seria o favorito para assumir o governo. No entanto, Merz teria dificuldades para formar uma maioria no Bundestag, onde, segundo as mesmas pesquisas, a extrema direita do Alternativa para a Alemanha (AfD) ocuparia a segunda maior bancada.